Enquanto o Vitória vive um grande momento dentro de campo, o clube se agita nos bastidores para o processo eleitoral que acontece no final deste ano e vai decidir o rumo da agremiação pelos próximos três anos. Restando dois meses para a eleição, o embate entre oposição e situação já começou, mas por outras vias. O primeiro embate foi por intermédio da Justiça e favoreceu a oposição.
Uma liminar concedida pela juíza Rita de Cássia Ramos de Carvalho, da 8ª Vara dos Feitos de Rel. de Cons., Cível e Comerciais, determina que a diretoria do Vitória divulgue, no prazo de cinco dias, a lista de todos os sócios do clube aptos a participar do processo eleitoral que será realizado em dezembro.
A decisão foi expedida no dia 3 de outubro, no entanto, era necessário que o presidente Alexi Portela fosse citado no processo por um oficial de justiça. A citação ocorreu na última quarta-feira, de acordo com o site do Tribunal de Justiça da Bahia, e de representantes da oposição, que garantem que o presidente assinou o recebimento da ação. No entanto, em entrevista, Alexi Portela negou que tenha recebido a decisão judicial.
A decisão da Justiça é fruto da ação de cinco sócios do clube que discordam das regras postas pela diretoria para o processo eleitoral. Os sócios Guilherme Portnoi, João Werther Cordeiro Da Silva, Genivaldo Da Silva Lopes, Filipe Garrido Blanco e André Silva Dos Santos são os autores da ação.
O regimento eleitoral do Esporte Clube Vitória diz que a lista de sócios será divulgada 30 dias antes do pleito, marcado para a primeira quinzena de dezembro. Membros da oposição questionam que o prazo é inviável para a composição dos 350 nomes da chapa para o Conselho Deliberativo.
- Como montar uma chapa com 350 sócios em apenas 30 dias? Isso inviabiliza totalmente o processo. Fizemos um requerimento solicitando essa lista e o clube negou. A partir daí decidimos entrar com uma ação de exibição. Como o presidente recebeu na quarta-feira, o clube tem até a próxima sexta-feira para divulgar a lista. E como é possível ver na ação, a decisão judicial tem caráter de mandado – disse o advogado Bruno Torres, um dos integrantes do grupo oposicionista Vitória Século 21.
Em comunicado divulgado no site do clube, logo após a divulgação do regimento eleitoral, o presidente Nilton Gonçalves de Almeida Filho, declara que o processo eleitoral estará aberto logo após o Edital de Convocação da Assembleia Geral. O mesmo comunicado diz que a partir daí, os candidatos devem ter acesso à lista com todos os associados. O que, de acordo com o mesmo comunicado deveria ser feito 60 dias antes do pleito.
De acordo com outro comunicado publicado site do clube e assinado por José Alves Rocha, presidente do Conselho Deliberativo do clube, serão eleitos 345 conselheiros. Destes, 230 serão conselheiros efetivos, enquanto 115 serão conselheiros suplentes.
Oposição prepara ação semelhante a que ocorreu no Bahia
De acordo com o advogado Bruno Torres, logo após a divulgação da lista de sócios, a oposição pretende ingressar com uma ação semelhante a que ocorreu no Esporte Clube Bahia, quando o clube ficou sob intervenção judicial por dois meses, até a realização de novas eleições. A justificativa da oposição é que, assim como nas eleições do Bahia de 2011, as eleições para o Conselho do Vitória também estariam ‘viciadas’, uma vez que, se acordo com a oposição, parte dos atuais conselheiros do clube não seriam sócios.
- Além da lista de sócios, queremos saber por que determinados conselheiros não são associados. Queremos a mesma ação que aconteceu no Bahia. Queremos uma intervenção para abrir o clube para o torcedor – afirmou Bruno Torres, representante do grupo oposicionista Vitória.
Os novos capítulos do processo eleitoral do Rubro-Negro devem ser escritos nos próximos dias sob o aval judicial. O presidente do Vitória, Alexi Portela, foi procurado para comentar o fato e negou que tenha sido comunicado oficialmente da decisão judicial.
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